sexta-feira, 5 de junho de 2020

Ontem 29/05, eu fui me deitar depois das 02.00 da manhã, pq estava participando do 22. Congresso Brasileiro de Psicodrama. Foram lançados dois livros pela Editora Ágora. „Nós e nossos Personagens - Histórias Terapêuticas, de Luiz Contro e „Psicodrama e Relações Étnico-Raciais Diálogos e Reflexões,
coordenado e também escrito por Maria Célia Malaquias, e onze autoras/autores, e apresentação do querido jornalista Flávio Carrança.
Minha intenção era ficar apenas alguns minutos e poder ver um pouquinho a participação da minha irmã Maria Célia. (Afinal família de sangue e de coração apoia e participa. Eu acredito)! Bom, não consegui deixar a sala do zoom onde estávamos. As falas eram tão necessárias, verdadeiras, informativas, amorosas, afetuosas, objetivas, pontuais e claras. Todas/todos as/os“falantes“ eram muito bem preparadas/preparados. Era uma conversa entre profissionais com muitos anos de experiência, que continuam estudando e pesquisando incansavelmente os temas dos livros.
Vou me deter no tema da Maria Célia, pq essas últimas semanas estamos vendo cada vez mais de perto o racismo escancarado tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos. Vídeos que circulam nas redes sociais, que eu não tenho capacidade emocional para assistir. As mortes em qualquer lugar do mundo causadas pelo racismo se tornam cada vez mais cruéis e frequentes É preciso parar. Basta! A cada 23 minutos, uma pessoa é morta no Brasil pela cor da pele. Isso é racismo estrutural. A abordagem policial com negras/negros e brancas/brancos é muito diferenciada. Para pretas e pretos chegam primeiro as balas, sem fala. Para brancas e brancos chegam o diálogo, o cuidado.
O congresso me trouxe um fio tênue de esperança. Discutiram sobre o racismo com profundidade e sabedoria. Colocaram sim o dedo na ferida da nossa sociedade. Gostei de presenciar as reações das/dos participantes e das intervenções. Tive o bom sentimento de que as discussões podem se ampliar para outras salas, outros espaços virtuais e sobretudo presenciais quando a quarentena acabar.
O fato é que eu fui para a cama processando tudo que ouvi.
Nessa manhã ensolarada aqui em Freiburg-Alemanha, onde moro, ainda reverbera em mim a sensação boa! Começaram a nos ouvir. naquele espaço. É um grupo ainda pequeno, mais existem sim pessoas muito interessadas em manter diálogos saudáveis e necessários sobre essa temática dolorosa.
Como irmã, sinto orgulho da trajetória que você Maria Célia Malaquias, vem percorrendo a décadas. Sei que teve sim festa no céu, pq o papai Décio e a mamãe Ozita e nossos Antepassados estavam presentes na sala do congresso.
Estou muito feliz e grata pela oportunidade de aprender ainda mais sobre minha ancestralidade. Gratidão, obrigada .Axé!
#terezinhamalaquias

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