Na mesa de trabalho, há um lindo guardanapo feito de retalhos coloridos, que eu ganhei de uma amiga, na última vez que estive em São Paulo. A amada professora Kazuyo. Sobre ele estão duas fatias de pão integral com manteiga, uma fatia de queijo amarelo e uma xícara de café com leite de aveia, sem açúcar.
O que nós não vemos é a saudade contida nesse simples café da manhã recheado de lembranças, a
memória interna que dança no coração da nostalgia.
O guardanapo foi escolhido com delicadeza e propósito porque hoje, mais do que ontem, a saudade
grita dentro do meu corpo inteiro, ela berra em meu ser. Neste pano, pedaços de histórias são
unidos com as linhas do amor e do afeto.
A lembrança da costura da minha mãe, assim como ela, segue eternizada em mim.
Nos tempos mais difíceis, mamãe fazia as nossas roupas à mão: blusas, vestidos, calças, camisas,
saias...
O pão era feito em casa, no forno à lenha.
Em tempos melhores, as roupas eram costuradas à máquina. Depois começamos a adquiri-las em
lojas, muitas vezes à prestação.
Os pães passaram a ser comprados.
São Paulo sempre teve inúmeras padarias, perfumadas de sabores. Os seus cheiros povoam os meus
sentidos, sensações e sentimentos que me acompanham desde o comecinho da minha adolescência
até hoje. Sim, eu ainda sinto os seus aromas impregnados em mim.
Lindo! Emocionante! Revisitei minhas raizes! Obrigada! Parabéns 👏🏾👏🏾👏🏾
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