O Cartomante ou Proseador
Autora: Terezinha Malaquias
Voltei do ensaio da peça de teatro cantarolando felicidade que só eu ouvia. Desci no meu ponto de ônibus sozinha.
De repente na calçada estreita surgiu como que por encantamento um casal à minha frente.
Pensei e agi mais rápido ainda. Fui para a rua. Ela, ele e eu estávamos sem máscaras.
O homem me olhou e perguntou? Você tem medo do (corona) vírus? Somos saudáveis.
— Sem graça e com um pouco de vergonha falei: fui para a rua, porque a calçada é muito estreita para nós três.
Ele: “Eu vi o medo nos seus olhos”.
Minha vergonha cresceu, e perguntei: o senhor é cartomante?
Ele: “Sou sim, vejo tudo”.
Eu: Haha, então eu gostaria de saber quais são os números da (loto) para a próxima semana?
Ele: Sei, mas não vou contar, jovem senhora. Bom domingo e tchau!
Eu: Muito obrigada! Igualmente!
Ao entrar em no meu Lar, eu ainda tinha um sorriso feliz estampado meu rosto.